Taxa de infecção pelo coronavírus em jogadores de futebol de SP é de 11,7%

Um estudo realizado pela Universidade Federal de São Paulo mostrou que o índice de infecção pelo coronavírus entre jogadores de futebol profissionais de São Paulo no ano passado foi de 11,7%, a mesma porcentagem registrada em profissionais da linha de frente no combate à pandemia. 

Para chegar aos resultados, os pesquisadores analisaram quase 30 mil testes de RT-PCR realizados em 4.269 atletas de oito torneios diferentes organizados pela Federação Paulista de Futebol (FPF), sendo seis deles referentes ao futebol masculino e dois ao futebol feminino. 

Dos atletas analisados, 501 estavam contaminados. Nas demais profissões da área — comissão técnica, profissionais de saúde, roupeiros, entre outros –, 161 exames deram positivo de um total de 2.231, o equivalente a 7%. 

“É uma taxa muito maior se comparada a outros países. Na Dinamarca e Alemanha, por exemplo, os resultados positivos são de apenas 0,5% e 0,6%, respectivamente. Até mesmo no Catar, onde há um risco moderado de transmissão comunitária, a porcentagem foi de 4%. Isso significa que nossos jogadores se infectaram entre três a 24 vezes mais”, diz Bruno Gualano, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, instituição que participou do estudo.

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Segundo Gualano, os números são preocupantes também por conta do impacto que as infecções causam para a coletividade. Membros da comissão técnica são em média mais velhos e estão fora de forma, tendo maiores chances de sofrer com sintomas mais graves e até mesmo a morte.

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Ainda segundo o médico, os motivos para o grande número de infecção vai além das questões protocolares dentro de campo. No Brasil, uma parcela de jogadores não se limita a ir apenas aos centros de treinamento e estádio, frequentando outros lugares fora das obrigações do futebol. Além disso, a profissão demanda um número alto de viagens longas, muitas vezes realizadas de ônibus, o que aumenta o nível de exposição.

O estudo foi publicado na British Journal of Sports Medicine e contou com o apoio de uma coalizão de pesquisadores filiados ao complexo hospitalar da FM-USP (Hospital das Clínicas), do Hospital Israelita Albert Einstein (HIAE), do Hospital do Coração de São Paulo (HCor), o Complexo Hospitalar de Niterói, a Universidade Federal de São Paulo (UNIFESP), o Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia e o Núcleo Paulista de Pesquisas em Esportes de Alto Rendimento (NAR-SP), com apoio da FPF.

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