Comprar um veículo se tornou uma missão impossível durante a pandemia. Basta os consumidores interessados neste tipo de bem fazerem uma rápida pesquisa de preços, que já é visível como os preços dos carros estão astronômicos. Até mesmo os modelos mais simples, com motor 1.0 e sem adicionais, como ar condicionado se tornaram um produto de luxo.
Um estudo realizado pela KKW aponta uma alta média de 10% no preço dos carros entre janeiro e dezembro de 2020. Apesar disso, determinados modelos tiveram aumentos ainda maiores. O curioso é que esses veículos, que ficaram mais caros do que a média, são considerados “ carros populares”. Eles são: chevrolet Onix (11,8%), Renault Kwid (18,2%) e o Volkswagen Gol (17,7%).
Por que os preços dos carros subiram?
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores, a Anfavea, explica que os preços dos carros subiram por alguns motivos: desvalorização cambial, aumento do preço e falta de insumos e alta da carga tributária.
Neste cenário, componentes e serviços necessários para a fabricação dos carros ficaram mais caros. Confira alguns deles, de acordo com a Anfavea:
- Aço (+651%);
- Resinas e elastômeros (+68%);
- Pneus (+16%);
- Alumínio (+13%);
- Frete aéreo (+105%);
- Frete marítimo (+339%);
- Contêiner (+170%;
- Câmbio real/dólar (+39%).
Dessa forma, diversas montadoras anunciaram a suspensão da venda de alguns modelos. Em outros casos, há uma grande lista de espera para os clientes. Esse foi o caso da Fiat, que suspendeu a fabricação do Uno e Dobló. A pickup Strada tem lista de espera.
á a Renault, Scania, Volvo e Mercedes-Benz, Volkswagen, Nissan e Toyota decidiram suspender as atividades nas fábricas neste ano para contribuir com o combate à pandemia de covid-19.
Preços dos carros que ficaram mais caros
Outro levantamento da KKW mostra qual foi o aumento dos preços dos carros neste ano:
Fiat Argo:
- Janeiro de 2021: R$53.900,00;
- Junho de 2021: R$64.900,00;
- Alta de 20,2%.
Fiat Mobi:
- Janeiro de 2021: R$38.000,00;
- Junho de 2021: R$44.000,00;
- Alta de 15,8%
Volkswagen Fox:
- Janeiro de 2021: R$54.000,00;
- Junho de 2021: R$62.340,00;
- Alta de 15,4%
Chevrolet Onix:
- Janeiro de 2021: R$58.600,00;
- Junho de 2021: 64.900,00;
- Alta de 10,8%
Hyundai HB20:
- Janeiro de 2021: R$53.390.00;
- Junho de 2021: R$58.890,00;
- Alta de 10,5%.
Essa pesquisa utilizou valores de entrada dos carros para fazer as comparações. De acordo com esses dados é impossível comprar um carro simples por menos de R$40.000,00 atualmente.
Como estão as vendas de veículos?
Segundo a Anfavea, as vendas de veículos aumentaram 37,4% em junho deste ano na comparação com o mesmo período do ano passado. Esses dados foram baseados no número de licenciamentos emitidos para carros comerciais leves, caminhões e ônibus. Ao todo, mais de 182 mil veículos foram emplacados no país neste último mês.
Ainda sim, a entidade reduziu as previsões para o desempenho da indústria automotiva para este ano. A expectativa de aumento passou de 25% para 22% em 2021. O principal motivo para isso é a falta de componentes eletrônicos, o que leva a interrupções do ritmo de fabricação das montadoras.
(…) até o primeiro semestre de 2022 teremos dificuldade de abastecimento de semicondutores”, disse Luiz Carlos Moraes, presidente da entidade, durante a transmissão ao vivo para a divulgação desses dados, que aconteceu nesta quarta-feira.
Os carros de passeio serão os mais afetados, com redução de vendas estimada de 14% para 7%.
Se a previsão da Anfavea se consolidar, o Brasil terá produzido 2,46 milhões de veículos até o final de 2021.
Fizemos a revisão com o time técnico da Anfavea olhando para a demanda, aspectos da economia e também para as restrições que estamos enfrentando, principalmente em semicondutores”, reforçou Moraes durante a live.
A Associação Brasileira dos Fabricantes de Veículos Automotores prevê que de 100 mil a 120 mil carros deixarão de ser produzidos neste ano por falta desses componentes mencionados pelo presidente.
Fontes: Quatro Rodas, UOL, Terra e Valor