Em entrevista à Jovem Pan News, Milton Ribeiro negou irregularidades na pasta

Ex-ministro foi preso durante operação da PF na última quarta-feira sob suspeita de corrupção e deve depor por vídeo nesta quinta

FREDERICO BRASIL/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDOEx-ministro da Educação, Milton Ribeiro

Em março deste ano, o então o ministro da Educação, Milton Ribeiro, participou do programa “Os Pingos Nos Is”, da Jovem Pan News, para falar sobre as denúncias de corrupção na pasta. Na ocasião, o ex-ministro falou da relação com os pastores também presos nesta quarta-feira, 22, suspeitos de coordenar um esquema de corrupção e favorecimento na liberação de recursos no Ministério da Educação. Ribeiro negou irregularidades e fez questão de ressaltar que, ao mínimo sinal do que chamou de “ação não republicana”, acionou a Controladoria-geral da União (CGU), pedindo investigações imediatas.

“Quando, em agosto do ano passado, eu ouvi e recebi uma denúncia anônima a respeito da possibilidade, denúncia anônima é algo muito perigoso para todos nós, a possibilidade de que ele estaria praticando algum tipo de ação não republicana, essa denúncia chegou ao meu conhecimento, imediatamente, isso eu quero que o seu ouvinte ouça, porque esse é o governo Bolsonaro, imediatamente eu procurei a CGU”, disse Ribeiro na época. Sobre a suposta existência de um gabinete paralelo no Ministério da Educação, o ex-ministro negou veementemente a denúncia. “Isso é uma história, é uma pecha que colocaram sobre o MEC, que é um ministério tão importante da nossa República, não tivemos isso jamais. Basta ver o número de encontros que eu realizei com a participação desses que eles dizem ser o gabinete paralelo, de 48 visitas que fiz por todo o Brasil, eles participaram de nove”, comentou.

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Na ocasião, Milton Ribeiro defendeu ainda a idoneidade do governo Bolsonaro e negou qualquer prática ilícita junto às prefeituras. “O governo Bolsonaro é, sim, um governo sério que está buscando sanear tudo o que essa quadrilha fez aqui em nosso governo, o governo do Brasil, e nós estamos saneando, tanto é que eu desafio qualquer prefeito, qualquer pessoa, a vir a público para dizer que o ministro tenha buscado algum tipo de vantagem ou pedido algum tipo de dinheiro para facilitar alguma coisa, o que era comum, infelizmente, até mesmo no MEC”, afirmou Ribeiro. Três dias antes de ser preso, o ex-ministro pediu oração aos fiéis da igreja onde é pastor por conta de uma ação que responde no Supremo Tribunal Federal (STF) por homofobia. A fala foi feita durante o culto da Igreja Presbiteriana Jardim de Oração de Santos, em São Paulo, no último domingo. “Eu gostaria muito que os irmãos orassem por mim, nessa semana eu devo ir à Brasília. Então eu gostaria de contar com as orações dos irmãos”, disse.

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Ribeiro foi substituído no MEC pelo então número dois da pasta, Victor Godoy. Efetivado no cargo por Bolsonaro, Godoy reiterou, na última quarta-feira, 22, após a prisão de Ribeiro, que o governo não compactua com irregularidades ou desvios sobretudo na educação. “Todos sabem que eu sou servidor de carreira, trabalhei mais de 14 anos investigando e combatendo desvios de recursos públicos. E, também por essa experiência, a gente sabe que essas coisas acontecem sempre de maneira velada. Nunca tive conhecimento de qualquer tipo de postura do ex-ministro na minha frente que pudesse me levar a qualquer tipo de desconfiança. Naturalmente, os órgãos de investigação têm mecanismos de investigação mais robustos. E a gente espera que, se alguém for culpado, se for comprovado de fato a culpa, de quem quer que seja, que seja responsabilizado”, finalizou.

*Com informações da repórter Carolina Abelin 



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