AO VIVO: ‘Nunca pedi nenhum tipo de vantagem ao senhor Dominguetti’, diz Roberto Dias; siga

Ex-diretor de logística do Ministério da Saúde é acusado de pedir propina para compra de vacina e de pressionar o servidor Luis Ricardo Miranda para agilizar a importação da Covaxin

Marcello Casal Jr./Agência BrasilApadrinhado pelo Centrão, Dias foi exonerado após o surgimento do escândalo da compra de vacinas

A CPI da Covid-19 ouve, nesta quarta-feira, 7, o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias. Ele é acusado pelo cabo da Polícia Militar de Minas Gerais Luiz Paulo Dominguetti de cobrar US$ 1 de propina por dose da vacina da AstraZeneca, em uma negociação que seria intermediada pela Davati Medical Supply. O pedido da vantagem indevida teria acontecido em um jantar no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em Brasília (DF), no dia 25 de fevereiro. Dias confirma o encontro mas nega as acusações. Apesar disso, ele foi exonerado no dia 29 de junho.

O ex-diretor da pasta também é acusado pelo servidor Luis Ricardo Miranda de pressioná-lo de forma “atípica” para agilizar o processo de importação da vacina indiana Covaxin. A compra do imunizante, fabricado pelo laboratório Bharat Biotech, entrou na mira da CPI em razão das denúncias apresentadas por Luis Ricardo e seu irmão, o deputado Luis Miranda (DEM-DF). No dia 20 de março, eles se reuniram com o presidente Jair Bolsonaro no Palácio da Alvorada e denunciaram supostas irregularidades. A Covaxin foi a vacina mais cara comprada pelo governo federal e contou com a intermediação da Precisa Medicamentos. Diante das denúncias, o ministro Marcelo Queiroga suspendeu o contrato temporariamente. Acompanhe a cobertura ao vivo da Jovem Pan:

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12:42 – Roberto Dias diz que foi avisado pelo coronel Blanco sobre oferta de vacinas

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O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde voltou a dizer que foi avisado pelo tenente-coronel Marcelo Blanco da oferta de 400 milhões de doses e que, por esse motivo, procurou Cristiano Alberto Carvalho, CEO da Davati. Roberto Ferreira Dias não soube precisar quantas conversas teve com Cristiano.

12:36 – Senadora questiona por que setor que não tratava sobre vacinas agenda reunião com Dominguetti

A senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), representante da bancada feminina, questionou por que o departamento de logística, então comandado por Roberto Ferreira Dias, agendou uma reunião com Luiz Paulo Dominguetti, que se apresentava como representante da Davati Medical Supply, se as tratativas sobre vacina eram de competência da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde. Dias afirmou que não se tratava de negociação, mas de encontro para a avaliação de documentos que antecederiam o envio da oferta para o setor chefiado por Elcio Franco Filho.

12:17 – ‘Minha exoneração se deve ao fato esdrúxulo e fantasioso da propina de um dólar’, diz Dias 

Roberto Ferreira Dias disse que foi exonerado exclusivamente pelo fato de ter sido denunciado por Luiz Paulo Dominguetti. Na CPI da Covid-19, ele confirmou que recebeu um pedido de propina de US$ 1 por dose de vacina, segundo havia relatado inicialmente ao jornal Folha de S. Paulo. “A minha exoneração se deve ao fato esdrúxulo e fantasioso de [propina de] 1 dólar. Foi feita de forma açodada, sem nenhuma verificação [do fato]”, disse. Na sequência, o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), questionou a quem Dias se referiu ao dizer, em nota divulgada após sua exoneração, que havia interesse de terceiros. “A alusão a terceiros é diretamente ao deputado Luis Miranda”, respondeu. Em sua fala inicial, o ex-diretor de logística já havia questionado, sem dar detalhes, se ele estaria “atrapalhando os negócios” de Miranda.

12:09 – Omar Aziz confronta Roberto Dias e diz que servidor foi exonerado porque atravessou compra de vacinas

O presidente da CPI da Covid-19, Omar Aziz (PSD-AM), confrontou as declarações feitas por Roberto Ferreira Dias à CPI da Covid-19. O depoente confirmou que uma portaria do Ministério da Saúde, de janeiro deste ano, centralizava na Secretaria-Executiva da pasta, comandada por Elcio Franco Filho, as tratativas sobre vacina. Em fevereiro, porém, Dias recebeu Luiz Paulo Dominguetti. Aziz, então, afirmou que Dias foi exonerado porque “atravessou” compra de vacinas.

11:53 – Renan questiona por que valores da Covaxin saíram de 10 dólares para 15 dólares 

Relator da CPI da Covid-19, o senador Renan Calheiros (MDB-AL) questionou Roberto Ferreira Dias por que o Ministério da Saúde adquiriu as vacinas da Covaxin pelo preço de 15 dólares por dose, se havia uma proposta de 10 dólares. “A pergunta faz todo sentido, mas deve ser feita a quem fez a negociação”, disse Dias. Ele reforçou que isto era uma atribuição do então secretário-executivo da pasta Elcio Franco Filho. O emedebista afirma ter uma cópia da proposta. Sentado no fundo do plenário da comissão, o líder do governo no Senado, Fernando Bezerra Coelho diz, aos gritos: “Não tem proposta, não tem proposta. Está desafiado a apresentar a proposta, não tem proposta”. Humberto Costa (PT-PE) reagiu: “É sempre assim, querem tumultuar, querem tumultuar”.

11:47 – Dias: Tratativas de vacinas era de responsabilidade exclusiva da Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde

Roberto Dias afirmou que o Departamento de Logística, do qual ele era diretor, nunca fez levantamento de preços de vacinas. Segundo o depoente, esta função cabia à Secretaria-Executiva do Ministério da Saúde, comandada por Elcio Franco Filho, braço-direito de Eduardo Pazuello. Ocorre que em despacho formal do ministério enviado ao Tribunal de Contas da União (TCU) e à Controladoria-Geral da União (CGU), a pasta disse que isto era feito pelo setor de logística. “Então o Ministério da Saúde mentiu em despacho ao TCU e à CGU”, disse Renan Calheiros.

11:33 – ‘Não fiz pressão em Luis Ricardo Miranda’, diz Dias 

Roberto Ferreira Dias disse que não pressionou o servidor Luis Ricardo Miranda, chefe de importação do Ministério da Saúde, para agilizar a importação da Covaxin. Mais cedo, afirmou que “nunca” insistiu em apressão a aquisição do imunizante indiano.

11:00 – Dominguetti prometeu pronta entrega de 400 milhões de doses, diz Dias

Ex-diretor de logística do Ministério da Saúde disse que Luiz Paulo Dominguetti prometeu pronta entrega das 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca, em negociação que seria intermediada pela Davati Medical Supply. Com este quantitativo, seria possível vacinar quase toda a população brasileira com duas doses.

10:43 – Roberto Dias: ‘Davati só passa a existir no dia 26 de fevereiro’

Roberto Ferreira Dias disse que a proposta de 400 milhões de doses da vacina da AstraZeneca já havia sido feita ao Ministério da Saúde antes de Luiz Paulo Dominguetti se apresentar como representante da Davati Medical Supply. “Essa oferta de 400 milhões doses me foi trazida pelo coronel Blanco. Com o intuito de checar essa info, entrei em contato com o senhor Cristiano [Alberto Carvalho]. Me identifico como diretor de logistica do Ministério da Saúde e pergunto sobre essa possível existência de doses. Ele me manda uma documentação, um conjunto de anexos que não faziam sentido, que não atendiam [ao pedido] e esse assunto morre. A proposta que tínhamos conhecimento se apresenta como Air Supply. A Davati passa a aparecer no dia 26 de fevereiro, o dia seguinte a este jantar”, relatou.

10:32 – Dias detalha jantar no restaurante onde teria ocorrido pedido de propina

Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), Roberto Ferreira Dias deu detalhes sobre o jantar que ocorreu no restaurante Vasto, no Brasília Shopping, em Brasília (DF), no dia 25 de fevereiro. “O jantar era com um amigo, um chope casual no restaurante. Chegaram o coronel Blanco com o senhor Dominguetti, que disse que vendia vacinas e fez menção de uma oferta de 400 milhões de doses de AstraZeneca, que já era conhecida no ministério”, afirmou.

10:23 – Suspeita de corrupção na compra de testes foi ‘factoide’ usado para retirar minha indicação à Anvisa, diz Dias

O ex-diretor de logística do Ministério da Saúde afirmou que a suspeita de corrupção na compra de testes da Covid-19 foi utilizado como um “factoide” para que sua indicação para o cargo de diretor da Anvisa fosse retirada. Em outubro de 2020, a Diretoria de Integridade (Dinteg) do Ministério da Saúde observou suspeitas de irregularidades em um contrato da pasta para aquisição de 10 milhões de kits de reagentes usados em testes para detecção da doença. Na época, a Dinteg reportou a suspeita ao Tribunal de Contas da União (TCU). Dias foi um dos signatários do contrato suspeito no valor de R$133,2 milhões.

10:22 – Dias afirma que foi indicado para a Anvisa porque estava ‘cansado’ da rotina do Ministério da Saúde

Questionado pelo relator, Renan Calheiros (MDB-AL), sobre a sua indicação para o cargo de diretor da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Roberto Ferreira Dias afirmou que isso ocorreu “porque eu já estava cansado do Ministério da Saúde”.

10:12 – Dias nega que tenha sido indicado por Ricardo Barros 

Roberto Ferreira Dias nega que tenha sido indicado pelo atual líder do governo na Câmara dos Deputados, Ricardo Barros (PP-PR). Segundo o ex-diretor de logística do Ministério da Saúde, ele foi indicado para a pasta pelo ex-deputado Abelardo Lupion (DEM) ao então cotado para ministro Luiz Henrique Mandetta.

10:01 – Dominguetti é ‘um picareta’, diz Roberto Dias 

Em sua fala inicial, Roberto Ferreira Dias disse que Luiz Paulo Dominguetti é “um picareta” e que isso ficou comprovado por seu depoimento à CPI da Covid-19, no qual divulgou um áudio fraudulento do deputado Luis Miranda (DEM-DF).

09:57 – ‘Nunca pedi nenhum tipo de vantagem ao senhor Dominguetti nem a ninguém’, diz Roberto Dias

Ex-diretor de logística do Ministério da Saúde Roberto Ferreira Dias afirmou, em sua fala inicial, que nunca pediu nenhum tipo de vantagem “ao senhor Dominguetti nem a ninguém”. Em seu depoimento à CPI da Covid-19, Luiz Paulo Dominguetti afirmou que Dias cobrou US$ 1 por dose da vacina da AstraZeneca, em um processo que seria intermediado pela Davati Medical Supply.

09:51 – CPI aprova convocação de reverendo que intermediou ida da Davati ao Ministério da Saúde

Os senadores aprovaram a convocação do reverendo Amilton Gomes de Paula, apontado como responsável por abrir as portas do Ministério da Saúde para o revendedor de vacinas Luiz Paulo Dominghetti, que se apresenta como representante da Davati Medical Supply. Também foram convocados Andreia Lima, CEO da VTC Operadora Logística, e William Amorim Santana, servidor do Ministério da Saúde.

09:48 – Sessão é aberta 

Omar Aziz (PSD-AM), presidente da CPI da Covid-19, deu início aos trabalhos desta quarta-feira, 7.




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